luni, august 08, 2005

Presidente da Vale diz que derrota no Cade colocará empresa em risco (Brasil)

O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, afirmou nesta sexta-feira que espera uma decisão técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os processos de atos de concentração que estão sendo analisados contra a mineradora. Caso contrário, ele acredita que a empresa poderá até mesmo ter o crescimento freado.
"Esperamos uma decisão técnica, isenta, que não coloque em risco uma empresa que está crescendo, que está investindo e se posicionando no mercado internacional", disse Agnelli.
Sobre a disputa pela produção da mina de Casa de Pedra, um dos questionamentos em pauta no Cade, Agnelli defendeu que existe um contrato assinado entre a Vale e a Companhia Siderúgica Nacional (CSN) , dona da mina, e por isso considera que tudo está dentro da legalidade.
A Vale e a CSN assinaram em 2001 acordo pelo qual a mineradora compraria todo o excedente de minério de ferro da mina, que abastece a produção da CSN. A siderúrgica, porém, quer criar um braço no setor de mineração e vai expandir a produção da mina das atuais 16 milhões de toneladas para 40 milhões de toneladas em 2007, visando a exportação do minério excedente.
Para Agnelli, a CSN está aproveitando o momento para colocar em pauta a discussão. O executivo argumentou que a Vale produz hoje dez vezes mais minério de ferro do que a demanda brasileira e que entre 85 e 90 por cento desse total é exportado.
"Isso não afeta e não tem porque esta preocupação da siderurgia brasileira com referência ao abastecimento ou a fixação do preço do minério de ferro, que é determinado pelo mercado internacional", acrescentou.

LOGÍSTICA
Agnelli lançou mão tambem do acordo de acionistas para defender a posição da Vale na MRS Logística, cuja participação é superior ao permitido pelo edital de privatização do setor ferroviário. A atuação da Vale em logística também é alvo de processos no Cade.
Ele lembrou que a Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT) já abriu precedentes para que empresas tenham participação de mais de 20 por cento, como previsto no edital. A própria Vale conseguiu deter mais do que esse limite na Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e a CSN tem o controle da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN).
"Agora, estamos sempre abertos a negociar da melhor maneira possível", afirmou.
A Vale enviou à ANTT proposta de reduzir o número de conselheiros representantes da Vale na MRS Logística e abrindo mão do direito de voto relativo às ações da Ferteco, mineradora comprada pela Vale, enquanto existir a limitação de 20 por cento no capital da ferrovia. A agência não deu resposta e já havia comunicado que vai aguardar a decisão do Cade para definir a questão.
O Cade começa a julgar as aquisições de cinco mineradoras independentes feitas pela Vale entre 2000 e 2001 e o descruzamento de participações acionárias entre a Vale e a CSN no próximo dia 10. (Fonte: Reuters)

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