marți, noiembrie 15, 2005

Fiesp aponta desequilíbrio no comércio com a China

O assistente de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Fábio Cunha, disse que o saldo comercial dos produtos industriais entre Brasil e China, que em 2002 era de 101,5 milhões de dólares (cerca de R$ 233,5 milhões) favorável ao Brasil, agora é de 2,1 bilhões de dólares (R$ 4,83 bilhões) favorável à China.
Essa virada, segundo ele, deve-se ao reconhecimento da China como economia de mercado, conforme memorando de entendimento assinado no ano passado entre o Brasil e o país asiático.
Cunha participou de audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público sobre a importação de produtos chineses, ao lado do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e do representante da Força Sindical Carlos Lacerda.
Skaf reafirmou sua posição contrária ao memorando assinado com a China. Lacerda disse considerar que a importação de produtos chineses pode causar desemprego no Brasil.

Dumping
Skaf argumenta que a medida enfraquece os mecanismos de defesa da concorrência que o Brasil tem à sua disposição nos organismos internacionais. Sem o reconhecimento, explica Skaf, para constatar o
dumping, é feita uma comparação entre os preços praticados pelo exportador chinês e produtos semelhantes comercializados por outros países. Com o reconhecimento, a comparação passa a ser feita com os preços praticados dentro da própria China, que em geral estão muito abaixo dos preços do mercado mundial. "O primeiro problema é que a China não é economia de mercado, e o segundo é a questão cambial. Enquanto o real está valorizado, o iene chinês está subvalorizado", argumentou Skaf.

Empregos ameaçados
O representante da Força Sindical levou para a audiência vários produtos importados da China, como lâmpadas, relógios e CDs, que, segundo ele, ameaçam os empregos dos trabalhadores brasileiros.
Ele ressaltou o pioneirismo da Comissão de Trabalho no combate à pirataria, ao propor a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pirataria há quatro anos. Lacerda disse também que o combate à pirataria no Brasil e ao subfaturamento de produtos importados não seria difícil, porque todos sabem que esses produtos chegam por quatro portas de entrada, entre elas o Paraguai e o porto de Santos. O sindicalista criticou a falta de comunicação entre os vários órgãos do governo no combate à pirataria. (Fonte: Agência Câmara)

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